Há uma canção que já não fala,
Que se recolhe dolorida.
Onde, o lábio para cantá-la?
Onde, o tempo de ser ouvida?
Quando alguém passa e ainda murmura,
Abro os olhos, quase assustada.
A voz humana é absurda, obscura,
Sem força para dizer nada.
Qual será sobre a nossa poeira,
O lugar dessa flor secreta,
- da frágil canção derradeira
murcha no silêncio do poeta?
Que abstrata mão clarividente
Levantará do chão mortuário
Esse arabesco altivo e ardente
Morto num sonho solitário?
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