"Algum veneno uma vez por outra, é coisa que proporciona agradáveis sonhos. E muitos venenos no fim para morrer agradavelmente."
"Amigo - respondeu Zaratustra - palavra de honra que tudo isso de que falas não existe, não há diabo nem inferno. A tua alma ainda
há de morrer mais depressa do que o teu corpo; nada temas".
O homem olhou receioso. "Se dizes a verdade - respondeu - nada perco ao perder a vida. Não passo de uma besta que foi ensinada
a dançar a poder de pancadas e de fome".
"Seja o vosso amor à vida amor às mais elevadas esperanças, e que a vossa mais elevada esperança seja o mais alto pensamento da vida.
E o vosso mais alto pensamento deveis ouvi-lo de mim, e é este: o homem deve ser superado."
"Não poucos, que queriam expulsar os demônios, se meteram com os porcos."
"Que é castidade?
Não é uma loucura? Mas essa loucura não veio ter conosco, não fomos nós que a buscámos.
Oferecemos a esse hóspede pousada e simpatia: agora habita em nós. Demore-se quanto queira!"
"Para o solitário o amigo é sempre o terceiro; o terceiro é a válvula que impede a conservação dos outros dois de se abismarem nas profundidades.
Existem demasiadas profundidades para todos os solitários. Por isso aspiram a um amigo à sua altura.
A nossa fé nos outros revela aquilo que desejaríamos crer em nós mesmos. O nosso desejo de um amigo é o nosso delator.
E frequentemente, como amizade, apenas se quer saltar por cima da inveja. E frequentemente atacamos e criamos inimigos para ocultar que nós mesmo somos atacáveis."
"Nunca te adornarás demais para o teu amigo, porque deves ser para ele uma seta e também um anelo para o Super-homem.
Já viste dormir o teu amigo para saberes como és? Qual é, então, a cara do teu amigo? É a tua própria cara num espelho tosco e imperfeito."
"Há demasiado tempo que se ocultavam na mulher um escravo e um tirano. Por isso a mulher ainda não é capaz de amizade; apenas conhece o amor."
"No amor da mulher há injustiça e cegueira para tudo quanto não ama. E mesmo o amor, reflexo da mulher, oculta sempre, a par da luz, a surpresa, o raio da noite."
"A mulher ainda não é capaz de amizade: as mulheres continuam sendo gatas e pássaros. Ou, melhor, vacas."
"A mulher ainda não é capaz de amizade. Mas dizei-me vóz homens: qual de vóz outros é, porventura, capaz de amizade?
Homens! Que pobreza e avareza a da vossa alma! Quando vóz outros dais a vossos amigos eu quero dar também aos meus inimigos sem me tornar mais pobre por isso.
Haja camaradagem. Haja amizade."
"É preciso conter o coração: porque, se o deixamos livre, depressa perdemos a cabeça!"
"O diabo disse-me assim um dia.: "Deus também tem o seu inferno: é o seu amor pelos homens".
E ultimamente ouvi-lhe dizer estas palavras: "Deus morreu; foi a sua piedade pelos homens que o matou".
Livrai-vos, pois, da piedade: por causa dela paira sobre ele uma densa nuvem!"
"As algemas dos valores falsos e das palavras ilusórias! Ai! Haja quem os salve do seu Salvador!"
"O espírito desses salvadores era todo vácuo, e nesse vácuo tinham posto a sua loucura o seu supre-faltas a que chamaram Deus."
"E há outros que parecem relógios a que se dá corda; produzem o seu tique-taque e querem que esse tique-taque se chame virtude."
"Que náuseas, quando lhes sai da boca a palavra virtude! E quando dizem: "Sou justo", é num tom em que se percebe: "Estou vingado!"
"É certo que sou uma selva e uma noite de escuras árvores;mas aquele que não temer a minha obscuridade encontrará sob os meus ciprestes sendas de rosas."
"Encontrei mais de um inteligente que velava o semblante e turvava a sua água, para ninguém poder olhar através e para o fundo.
Era, porém, a ele positivamente que acudiam os astutos desconfiados; pescavam-se-lhe os peixes mais escondidos!
Mas os claros, os bravos, os transparentes, esses são para mim os mais silenciosos astutos: o seu fundo é tão profundo que a mais límpida água o denuncia."
"O gosto é a um tempo o peso, a balança, e o pesador;"
"A graça forma parte da generosidade dos que pensam com elevação."
"Deveis imitar a virtude da coluna, que vai sendo mais bela e mais fina, porém mais dura e resistente interiormente à medida que se alteia."
"Com a face e os membros pintados de mil maneiras, assim me assombrasteis, homens atuais."
"Certo, não podiéis usar melhores máscaras do que a vossa própria cara, homens atuais.
Quem vos poderia reconhecer?"
"Para mim seria a coisa mais elevada (assim diz a si mesmo o vosso falso espírito) olhar a vida sem cobiça, e não como cães, com a língua de fora.
Ser feliz na contemplação, com a vontade morta, isento de capacidade e de apetite egoísta, frio de corpo, mas com os olhos embriagados de lua.
Para mim seria o melhor (assim se engana a si mesmo o enganado) amar a terra como a luz a ama, e tocar na sua beleza apenas com os olhos.
Eis o que eu chamo o imaculado conhecimento de todas as coisas: não querer das coisas mais do que poder estar diante delas".
"Isto, e só isto, é a vingança em si mesma, a repulsão da vontade contra o tempo e o seu "foi"."
"Vós outros olhais para cima quando aspirais elevar-vos.
Eu, como, estou alto, olho para baixo.
Qual de vós podeis estar alto e rir-vos ao mesmo tempo?
O que escala elevados montes ri-se de todas as tragédias da cena e da vida".
"A felicidade persegue-me. Deve-se isto a eu não correr atrás das mulheres. Que a felicidade é mulher".
"Um pouco de razão, um grão de sensatez, disperso de estrela em estrela, é a levadura indubitavelmente misturada a todas as coisas:
por causa da loucura se acha a sensatez misturada a todas as coisas!
Um pouco de sensatez é possível: mas eu encontrei em todas as coisas esta benfeitora certeza: preferem bailar sobre os pés do acaso."
"Passo pelo meio deste povo e abro os olhos; esta gente não me perdoa que eu lhe não inveje as virtudes.
Querem morder-me por eu lhes dizer que as pessoas pequenas necessitam pequenas virtudes, e porque me é difícil conceber que sejam,
necessárias as pessoas pequenas.
Estou aqui como galo em terreiro estranho, que até as galinha lhe querem picar; mas eu nem por isso conservo rancor a tais galinhas.
Sou indulgente com elas como com a pequena moléstia; ser espinhosos para com os pequenos parece-me um proceder digno de ouriços."
"Para eles, o que modera e domestica é a virtude; assim fizeram do lobo um cão e do próprio homem o melhor animal doméstico do homem."
"Bem o sabes: o covarde demônio que dentro de ti se compraz em juntar as mãos e em cruzar os braços, e que desejaria ter uma vida mais fácil, esse covarde demônio disse-te: "Há um Deus!"
"A cada alma pertence um mundo diferente; para cada alma, toda outra alma é um além-mundo."
"Entre as coisas mais semelhantes é onde é mais bela a ilusão: porque é sobre o abismo pequeno que se torna difícil lançar uma ponte."
"Receio-te quando te aproximas, amo-te quando estás longe; a tua fuga atrai-me; as tuas diligências detêm-me. Sofro; mas, por ti, que não sofreria eu?"
"Nós não somos bons nem maus para nada! Além do bem e do mal encontrámos a nossa ilha e o nosso verde prado: só nos dois o encontrámos!
Porisso nos devemos amar um ao outro!
E conquanto nos não amemos de todo o coração, será caso para nos enfadarmos? Enfadam-se as pessoas por não se amarem de todo o coração?
É que eu te amo, te amo muitas vezes com excesso, sabe-lo demais, a razão é que estou ciosa da tua sabedoria. Ah! que velha
louca é a sabedoria!!
Se alguma vez a tua sabedoria te deixasse também logo o meu amor te deixaria."
" Uma!
Alerta, homem!
Duas!
Que diz a meia-noite profunda?
Três!
"Tenho dormido, tenho dormido...
Quatro!
"De um profundo sono despertei.
Cinco!
"O mundo é profundo...
Seis!
"E mais profundo do que o dia julgava.
Sete!
"Profunda é a sua dor...
Oito!
"E a alegria... mais profunda que a aflição.
Nove!
"A dor diz: Passa!
Dez!
"Mas toda a alegria quer a eternidade...
Onze!
"Quer profunda eternidade!
Doze!
.............
"Ai! onde se fizeram mais loucuras na terra do que entre os compassivos, e que foi que mais prejuízo causou à terra do que a loucura dos compassivos?
- Pobre dos que amam sem que a sua alma esteja acima de sua piedade! Assim me disse um dia o diabo: "Deus também tem o seu inferno:
é o seu amor pelos homens".
- E ultimamente ouvi-lhe dizer estas palavras: "Deus morreu; matou-o a sua piedade pelos homens". (Dos compassivos)
Noutros tempos - creio que no ano um - disse Ébria a Sibila (sem ter provado vinho):
"Ai isto vai mal!
"Decadência! Decadência! Nunca o mundo caiu tão baixo!
"Roma degenerou em rameira e habitação de rameiras.
"O César de Roma degenerou em besta; até Deus tornou-se judeu!"
"Antes não saber nada do que saber muitas coisas por metade! Antes ser louco por seu próprio critério, que sábio segundo a opinião de outros! Eu por mim, vou a fundo.
Que importa que seja pequeno ou grande, que se chame pântano ou céu? Um pedaço de terra do tamanho da mão me basta, contanto que seja verdadeiramente terra e solo!
Num pedaço de terra do tamanho da mão pode uma pessoa ter-se de pé. No verdadeiro saber consciencioso nada há grande nem pequeno".
"As almas frias, os cegos, os bêbados, não têm o que eu chamo coração. Coração tem aquele que conhece o medo, mas domina o medo; o que vê o abismo, mas com arrogância.
O que vê o abismo, mas com olhos de águia; o que se prende ao abismo com garras de águia: é este o valoroso."
"E embora haja na terra atoleiros e denso nevoeiro, aquele que tem os pés leves corre e dança por cima da lama como sobre gelo liso."
"O amor quer o monopólio das faculdades da alma." Schiller
quarta-feira, 30 de junho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
Canção (retrato natural) - Cecilia Meireles
Há uma canção que já não fala,
Que se recolhe dolorida.
Onde, o lábio para cantá-la?
Onde, o tempo de ser ouvida?
Quando alguém passa e ainda murmura,
Abro os olhos, quase assustada.
A voz humana é absurda, obscura,
Sem força para dizer nada.
Qual será sobre a nossa poeira,
O lugar dessa flor secreta,
- da frágil canção derradeira
murcha no silêncio do poeta?
Que abstrata mão clarividente
Levantará do chão mortuário
Esse arabesco altivo e ardente
Morto num sonho solitário?
Que se recolhe dolorida.
Onde, o lábio para cantá-la?
Onde, o tempo de ser ouvida?
Quando alguém passa e ainda murmura,
Abro os olhos, quase assustada.
A voz humana é absurda, obscura,
Sem força para dizer nada.
Qual será sobre a nossa poeira,
O lugar dessa flor secreta,
- da frágil canção derradeira
murcha no silêncio do poeta?
Que abstrata mão clarividente
Levantará do chão mortuário
Esse arabesco altivo e ardente
Morto num sonho solitário?
domingo, 20 de junho de 2010
Sou eu... E.W.
Sou um vasto campo tempestuoso coberto por flores cadáveres e árvores que alcançam o céu atingidas por raios. Estou em meio a abismos profundos dos quais não conheço o fim nem o início. Sou tão grande e tão pesada que mal suporto-me. Sou morta e sou viva. Alma, sou Alma ausente e presente. O sangue inocente que mancha a estrela. Mulher estéril que gera filhos. Tenho o antigo fogo correndo nas veias azuis da fogueira tirânica. O Nada presente no Tudo e o Tudo ausente de Nada.
Filha - E W
Filha que nascestes tão esperada e amada
Da educação que te entreguei e de todo o carinho
O que fizestes deles?...
Da mulher de amor prometido e da família preservada
Da cultura conservada e dos traços mais antigos
Que te foram concebidos, o que fizestes?...
Desperdiçastes, desvalorizastes a tudo isto
Do presente mais sagrado de uma vida
De minha vida, por que assim fizestes?...
Minha vida pela tua vida, do meu suor pelo teu sustento
Dos ensinamentos que voltastes contra teu próprio Vater
A mim cortastes e derrubastes!...
A vida do teu igual não vale menos que a tua, do teu Vater!
Tochter!... a baixo de sete palmos de terra nada retorna
Tudo apodrece, é terra morta!...
Tuas lágrimas agora para mim são falsas águas
E o que me deixastes, agora nada será teu
Ja! Tudo que te entreguei de maior valor... morreu!
Da educação que te entreguei e de todo o carinho
O que fizestes deles?...
Da mulher de amor prometido e da família preservada
Da cultura conservada e dos traços mais antigos
Que te foram concebidos, o que fizestes?...
Desperdiçastes, desvalorizastes a tudo isto
Do presente mais sagrado de uma vida
De minha vida, por que assim fizestes?...
Minha vida pela tua vida, do meu suor pelo teu sustento
Dos ensinamentos que voltastes contra teu próprio Vater
A mim cortastes e derrubastes!...
A vida do teu igual não vale menos que a tua, do teu Vater!
Tochter!... a baixo de sete palmos de terra nada retorna
Tudo apodrece, é terra morta!...
Tuas lágrimas agora para mim são falsas águas
E o que me deixastes, agora nada será teu
Ja! Tudo que te entreguei de maior valor... morreu!
Sou um livro...- E W
Sou um livro...
Com letras estendidas, ilegíveis e deitadas
De folhas diferentes, perdidas e separadas
Algumas seguidas, apagadas ou rasgadas
Sou um livro...
De poemas estranhos, feios e errados
De versos simples e mal planejados
Canções incantáveis dos felizardos
Sou um livro...
Tão mal escrito quanto estes meus livros de história
Anti-romântico quanto meu coração sem escapatória
Complexo e confuso de uma vida sempre transitória
Sou um livro...
Tão profundo e abismático
Empoeirado e antiquado
Escrito para não ser lembrado.
Com letras estendidas, ilegíveis e deitadas
De folhas diferentes, perdidas e separadas
Algumas seguidas, apagadas ou rasgadas
Sou um livro...
De poemas estranhos, feios e errados
De versos simples e mal planejados
Canções incantáveis dos felizardos
Sou um livro...
Tão mal escrito quanto estes meus livros de história
Anti-romântico quanto meu coração sem escapatória
Complexo e confuso de uma vida sempre transitória
Sou um livro...
Tão profundo e abismático
Empoeirado e antiquado
Escrito para não ser lembrado.
Recuso-te - E W
Deitada sobre o teu peito,
debaixo do braço num encaixe perfeito
ouço o teu coração,
e ao teu carinho me prendo.
Me causa medo
que sei que és falso,
e estima minha ilusão.
Tem sede que eu sofra,
de amor por ti morra,
e dó terei eu da tua decepção?
Eu que a ti não amo,
eu que por ti não sofro,
eu que nada disso posso.
Te iludo da ilusão,
que tu mesmo criou,
e que eu não tenho.
Me dá de beber, eu não bebo,
seguro e te devolvo,
prova do teu próprio veneno.
Que dó terei eu de ti,
que por mim dó nenhum teria?
Que ao provar deste veneno,
de amor por ti qualquer outra morreria,
mas eu não posso...
debaixo do braço num encaixe perfeito
ouço o teu coração,
e ao teu carinho me prendo.
Me causa medo
que sei que és falso,
e estima minha ilusão.
Tem sede que eu sofra,
de amor por ti morra,
e dó terei eu da tua decepção?
Eu que a ti não amo,
eu que por ti não sofro,
eu que nada disso posso.
Te iludo da ilusão,
que tu mesmo criou,
e que eu não tenho.
Me dá de beber, eu não bebo,
seguro e te devolvo,
prova do teu próprio veneno.
Que dó terei eu de ti,
que por mim dó nenhum teria?
Que ao provar deste veneno,
de amor por ti qualquer outra morreria,
mas eu não posso...
Ódio Próprio - E W
Tantos falam em amor próprio
Ama-te, os outros de amarão,
Mas tenho meu ódio próprio
Odeio-me pelo que me tornei.
Então tu e todos me deixarão?
Pois que deixem!
De ninguém nunca precisei.
Bem verdade que deixei de precisar,
Mas que tolice! Eu preciso de ti
E é por isso que te odeio,
E me odeio muito mais!
Mas no fundo eu falo baixo:
É que te adoro e te desejo tanto...
Tanto desejo que te espanto,
Tanto desejo que me assusto,
Por não saber que eu seria capaz
De um sentimento tão estranho.
De estar tão viva e tão infinita,
Tão infinita por tua culpa,
Que me perco em mim mesma,
Que descobri ser tão viva
Com as mesmas mãos frias,
As mesmas mãos que tremem.
Ama-te, os outros de amarão,
Mas tenho meu ódio próprio
Odeio-me pelo que me tornei.
Então tu e todos me deixarão?
Pois que deixem!
De ninguém nunca precisei.
Bem verdade que deixei de precisar,
Mas que tolice! Eu preciso de ti
E é por isso que te odeio,
E me odeio muito mais!
Mas no fundo eu falo baixo:
É que te adoro e te desejo tanto...
Tanto desejo que te espanto,
Tanto desejo que me assusto,
Por não saber que eu seria capaz
De um sentimento tão estranho.
De estar tão viva e tão infinita,
Tão infinita por tua culpa,
Que me perco em mim mesma,
Que descobri ser tão viva
Com as mesmas mãos frias,
As mesmas mãos que tremem.
Loucura e Ignorância - E W
Para alguns a loucura é o que ultrapassa o próprio intelecto
Cada qual assunto que não entendo me considero ignorante
Para alguns o louco é qualquer um que não vive a realidade
Cada qual é um pouco ignorante,
o nível aumenta no completo exame
Eu olho esta maioria e leio em cada mente:
“Tenho tanto intelecto e conheço tanto a realidade”
Ah!... Eu se pudesse invejaria estes crentes de felizes mentiras,
Quem me dera uma feliz mentira que eu pudesse acreditar...
Mas a verdade é tão triste que o meu vicio não a pode negar!
Cada qual assunto que não entendo me considero ignorante
Para alguns o louco é qualquer um que não vive a realidade
Cada qual é um pouco ignorante,
o nível aumenta no completo exame
Eu olho esta maioria e leio em cada mente:
“Tenho tanto intelecto e conheço tanto a realidade”
Ah!... Eu se pudesse invejaria estes crentes de felizes mentiras,
Quem me dera uma feliz mentira que eu pudesse acreditar...
Mas a verdade é tão triste que o meu vicio não a pode negar!
Louca Egoísta - E W
A loucura me atrai.
O que é normal, rotineiro
Sempre termina em tédio.
Sou uma louca egoísta,
por isso a loucura me atrai.
É amor de igual para igual.
Não gosto do que é bonito demais.
Não gosto do que é feliz demais.
A loucura tem razão.
Vários loucos são sábios.
Não que eu seja sábia,
Mas quem sabe um dia serei.
A loucura me atrai,
Quero conhecer mais.
Procuro a verdade,
cada vez mais...
E então, a loucura me atrai.
O que é normal, rotineiro
Sempre termina em tédio.
Sou uma louca egoísta,
por isso a loucura me atrai.
É amor de igual para igual.
Não gosto do que é bonito demais.
Não gosto do que é feliz demais.
A loucura tem razão.
Vários loucos são sábios.
Não que eu seja sábia,
Mas quem sabe um dia serei.
A loucura me atrai,
Quero conhecer mais.
Procuro a verdade,
cada vez mais...
E então, a loucura me atrai.
Grito Incessante - E W
A voz não cansa,
Meu corpo não descansa...
O que queres de mim
Voz gritante?
De ti não quero nada, ela responde.
De todo tipo de esforço
Fiz para não te ouvir.
Mas grita incessantemente,
E não sei como veio morar
Aqui dentro de mim...
Voz gritante, o que queres é o meu fim!
Estou louca! Converso e conflito,
Comigo mesma?!
“Mim gritante não quero te ouvir”
Quero me libertar de mim,
Não te conheço, o que fazes aqui?!
Não te pertenço, não te dei direito
E ainda achas que tem poder sobre mim?!
Se te matar, o teu fim será o meu fim?
Se queres minha hospitalidade, tenha respeito.
Não me irrites tanto assim!
Já ficou tempo demais,
Já não te agüento mais!
Voz gritante, vá atormentar outro,
Que este corpo já esta louco!
Ou és criação de minha própria loucura?
Então eu mesma criei o meu fim?
Perguntas, tantas perguntas...
Para mim mesma sem resposta alguma...
Meu corpo não descansa...
O que queres de mim
Voz gritante?
De ti não quero nada, ela responde.
De todo tipo de esforço
Fiz para não te ouvir.
Mas grita incessantemente,
E não sei como veio morar
Aqui dentro de mim...
Voz gritante, o que queres é o meu fim!
Estou louca! Converso e conflito,
Comigo mesma?!
“Mim gritante não quero te ouvir”
Quero me libertar de mim,
Não te conheço, o que fazes aqui?!
Não te pertenço, não te dei direito
E ainda achas que tem poder sobre mim?!
Se te matar, o teu fim será o meu fim?
Se queres minha hospitalidade, tenha respeito.
Não me irrites tanto assim!
Já ficou tempo demais,
Já não te agüento mais!
Voz gritante, vá atormentar outro,
Que este corpo já esta louco!
Ou és criação de minha própria loucura?
Então eu mesma criei o meu fim?
Perguntas, tantas perguntas...
Para mim mesma sem resposta alguma...
Felicidade É Não Existir - E W
Felicidade é não lembrar
Felicidade é não pesar
Felicidade é nada tentar
Ser mendigo sem mendigar
Ter nada e nada querer
Felicidade é não esperar amar
Felicidade é tudo desprerzar
Felicidade é não idealizar
É receber amor e negando amar
Amar sem pretender
Felicidade é a nuvem a pairar
Sobre a cabeça do velho a dormitar
E não sabe que parte sem agonizar
Felicidade é
Apodrecer na terra sem nada sentir
Sem nada saber e não mais existir.
Felicidade é não pesar
Felicidade é nada tentar
Ser mendigo sem mendigar
Ter nada e nada querer
Felicidade é não esperar amar
Felicidade é tudo desprerzar
Felicidade é não idealizar
É receber amor e negando amar
Amar sem pretender
Felicidade é a nuvem a pairar
Sobre a cabeça do velho a dormitar
E não sabe que parte sem agonizar
Felicidade é
Apodrecer na terra sem nada sentir
Sem nada saber e não mais existir.
Este Espírito - E W
Preciosa raridade... sem necessitar de humildade. Pois a humildade é necessária sim, para os espíritos que ainda são pequenos, fracos, neste caso a presença de humildade é uma qualidade.
Espírito estéril.
Espírito profundo e vasto, com muitos abismos, logicamente lugares bastante altos, corredores de pedra, campos floridos... labirintos confusos.
Ah estes labirintos! Nos quais me perco tanto, estes corredores que ainda não percorri, e sei, mas não temo, me perder muitas e muitas vezes mais, espírito errante.
Oh campos floridos! grandes momentos, da alegria que quer sempre a eternidade, mas sempre chega a tempestade... professora da paciência, muito necessária, e é mulher — assim como a tempestade.
Campos floridos de tantas cores e perfumes, que para muitos são imperceptíveis e até repugnantes.
Corredores de pedra onde se encontram todos os erros, tristezas — sim, pois nenhum espírito se torna grande e forte sem errar e sofrer antes, ou no minimo aprender com erros e sofrimentos alheios, mas sei muito bem que nunca se compreende totalmente aquilo que não foi vivenciado —, o ódio, a bravura, o conhecimento, a Morte — a mais sábia.
Morte, esta mulher tão temida, tão lamentada, a qual todos buscam vencer criando um deus e sobre-vidas... Á Morte faço uma longa visita a cada noite, e estou enriquecendo muito com ela — pois o conhecimento é a maior riqueza que se pode ter, e ninguém poderá rouba-lo; isto eu também aprendi com ela.
O motivo destes corredores serem de pedra foi o tempo quem mostrou — por estes corredores guardarem o melhor e também fraquezas, não deveriam ficar desprotegidos abertos mostrando o seu conteúdo, isso deixa o espírito vulnerável, e espíritos vulneráveis são a grande atração dos espíritos de porcos; os corredores devem ser explorados apenas por mim, e por aqueles que mereçam entrar nos mesmos. Perceba que você está olhando os desenhos nas paredes de pedras externas dos corredores, perdendo um grande tempo para não saber o que realmente está do lado de dentro.
Espírito estéril.
Espírito profundo e vasto, com muitos abismos, logicamente lugares bastante altos, corredores de pedra, campos floridos... labirintos confusos.
Ah estes labirintos! Nos quais me perco tanto, estes corredores que ainda não percorri, e sei, mas não temo, me perder muitas e muitas vezes mais, espírito errante.
Oh campos floridos! grandes momentos, da alegria que quer sempre a eternidade, mas sempre chega a tempestade... professora da paciência, muito necessária, e é mulher — assim como a tempestade.
Campos floridos de tantas cores e perfumes, que para muitos são imperceptíveis e até repugnantes.
Corredores de pedra onde se encontram todos os erros, tristezas — sim, pois nenhum espírito se torna grande e forte sem errar e sofrer antes, ou no minimo aprender com erros e sofrimentos alheios, mas sei muito bem que nunca se compreende totalmente aquilo que não foi vivenciado —, o ódio, a bravura, o conhecimento, a Morte — a mais sábia.
Morte, esta mulher tão temida, tão lamentada, a qual todos buscam vencer criando um deus e sobre-vidas... Á Morte faço uma longa visita a cada noite, e estou enriquecendo muito com ela — pois o conhecimento é a maior riqueza que se pode ter, e ninguém poderá rouba-lo; isto eu também aprendi com ela.
O motivo destes corredores serem de pedra foi o tempo quem mostrou — por estes corredores guardarem o melhor e também fraquezas, não deveriam ficar desprotegidos abertos mostrando o seu conteúdo, isso deixa o espírito vulnerável, e espíritos vulneráveis são a grande atração dos espíritos de porcos; os corredores devem ser explorados apenas por mim, e por aqueles que mereçam entrar nos mesmos. Perceba que você está olhando os desenhos nas paredes de pedras externas dos corredores, perdendo um grande tempo para não saber o que realmente está do lado de dentro.
Cansaço - E W
Na verdade sou morta,
Eu morri na quele enterro.
Cada pá de terra que joguei
Dentro do teu caixão eu joguei
Cada sopro de vida... Cada gota de amor
Que sei que de ninguém mais eu terei.
Ah!... Mas faz tempo e foi ontem!
O meu luto não é só pela tua morte,
É pela a minha e de todo o amor,
Do próprio Deus que enterrei contigo,
Da minha inocência que eu visito!
Ah!.. mas se aqui estivesse,
Nada disso haveria morrido.
A minha alegria doente,
A bebida que tomo,
O meu sorriso de pena,
É tudo fuga que não admito!
Em certas horas eu penso,
Que não há razão e que nada disso vale a pena.
O que me causa alívio é saber que a qualquer hora,
Do dia que eu desistir a porta estará aberta,
Que eu vou estar junto contigo e voltar a ser menina.
Que sei que eu no fundo serei sempre tua criança,
E que tens junto a ti tudo que contigo enterrei,
Minha inocência, minha felicidade e meu amor!
Ah!... Que dizem e que não dão valor!
Que não conhecem meu mundo e não sabem medir!
Pois que sejam sempre assim com suas mesquinharias,
Eu estou cansada! Pois que me deixem!
Que com estes eu nunca estive,
Eu morri muito antes!
Eu morri na quele enterro.
Cada pá de terra que joguei
Dentro do teu caixão eu joguei
Cada sopro de vida... Cada gota de amor
Que sei que de ninguém mais eu terei.
Ah!... Mas faz tempo e foi ontem!
O meu luto não é só pela tua morte,
É pela a minha e de todo o amor,
Do próprio Deus que enterrei contigo,
Da minha inocência que eu visito!
Ah!.. mas se aqui estivesse,
Nada disso haveria morrido.
A minha alegria doente,
A bebida que tomo,
O meu sorriso de pena,
É tudo fuga que não admito!
Em certas horas eu penso,
Que não há razão e que nada disso vale a pena.
O que me causa alívio é saber que a qualquer hora,
Do dia que eu desistir a porta estará aberta,
Que eu vou estar junto contigo e voltar a ser menina.
Que sei que eu no fundo serei sempre tua criança,
E que tens junto a ti tudo que contigo enterrei,
Minha inocência, minha felicidade e meu amor!
Ah!... Que dizem e que não dão valor!
Que não conhecem meu mundo e não sabem medir!
Pois que sejam sempre assim com suas mesquinharias,
Eu estou cansada! Pois que me deixem!
Que com estes eu nunca estive,
Eu morri muito antes!
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