FEZ TANTO luar que eu pensei nos teus olhos antigos
e nas tuas antigas palavras.
O vento trouxe de longe tantos lugares em que estivemos
que tormei a viver contigo enquanto o vento passava.
Houve uma noite que cintilou sôbre o teu rosto
e modelou tua voz entre as algas.
Eu moro, desde então, nas pedras frias que o céu protege
e estudo apenas o ar e as águas.
Coitado de quem pôs sua esperança
nas praias fóra do mundo...
— Os ares fogem, viram-se as águas,
mesmo as pedras, com o tempo, mudam.
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